DISPUTA ENTRE SINDICATOS - SINSEPI X APPI
Por detrás da greve há disputa de poder e dinheiro entre sindicatos de Ilhéus
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A greve na rede municipal de ensino de Ilhéus vai muito além da luta por melhorias salariais e de condições de trabalho. É uma disputa de poder entre a Associação Profissional dos Professores (APPI) e o Sindicato dos Servidores Públicos (Sinsepi). O pivô da discórdia são os "trabalhadores em educação". Eles não são professores, trabalham nas escolas e são vistos pela APPI como parte da sua base sindical. O Sinsepi discorda. Defende que quem não é professor é "servidor público" e, portanto, tem o comando sob sua representação.
Esta disputa, para além de um significativo aumento da base de qualquer sindicato, também representa dinheiro e fortalecimento político de quem o detém. A briga se acirrou nos últimos meses em função do recolhimento do Imposto Sindical, um dia de trabalho da categoria que, por lei, é destinado ao sindicato que lhe representa. O recolhimento ocorreu agora em março e tanto a APPI quanto o Sinsepi lutam pela posse destes recursos. O Sinsepi alega que esta fatia de recursos lhe cabe em função do grande número de servidores públicos hoje atuando em desvio de função.
De fato, há inúmeros casos de porteiros de escola que são auxiliares administrativos. De copeiras que deveriam estar em gabinetes de outras secretarias. Não seriam, portanto, ligados à educação. A APPI discorda. Afirma que todos que hoje atuam nas escolas, ou são professores ou são trabalhadores em educação e, portanto, estão em sua base.
O debate promete. O certo é que, para além do acordo com o governo para o retorno de 27 mil alunos à sala de aula, há algo mais que dinheiro no bolso dos trabalhadores. É dinheiro nos cofres dos sindicatos.
* Do: JORNAL BAHIA ONLINE
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