sexta-feira, 20 de julho de 2012

Vendem-se drogas

Vendem-se drogas


Quando alguém deseja comprar pão sabe muito bem onde ir. Da mesma forma que um enfermo necessitando de medicamentos tem plena consciência de que o local que deve ir é uma farmácia.

A priori tudo isso pode parecer demasiadamente óbvio. Não discordamos. A questão é, todo mundo sabe para onde se dirigir quando deseja adquirir determinado tipo de produto. Seja como citamos, pães e remédios, ou também materiais de construção, alimentos, eletrodomésticos e drogas.


Da mesma forma que quem aprecia um bom pão sabe muito bem em qual padaria ir, um usuário de drogas sabe perfeitamente onde elas são comercializadas. Afinal de contas, boca de fumo é algo que em Ilhéus não falta. Alguém se aventura a afirmar que existe algum bairro da cidade, distrito ou povoado onde não haja tráfico?

Vejamos, se os usuários de drogas sabem onde encontrar cocaína, crack e maconha, será que a polícia não sabe onde estão as bocas de fumo da cidade? Em alguns bairros o tráfico é tão visível que cremos ser impossível a polícia desconhecer tal comércio ilegal.  E se supostamente sabe que acontece, porque ela permite que algumas bocas sigam com suas atividades por muitos anos, consolidando toda uma nefasta cultura da criminalidade e violência? Será que acabar com o tráfico de drogas é uma missão impossível?

É óbvio que o crack que é vendido nos bairros é apenas a ponta do iceberg de um esquema muito maior. Para que o garoto da periferia o consiga para comercializá-lo, houveram várias intermediações. Do laboratório de refinaria até chegar nas ruas, no mínimo a mercadoria passou pelas mãos de cinco ou seis traficantes. Desde os que compram toneladas da droga, até os chamados aviões, que ganham R$ 1 em cada pedra de crack de R$ 5 que vendem.

Prender o garoto que vende drogas no morro com certeza não extinguirá o tráfico. As ações devem ser de cima para baixo, pegando os peixes grandes e afugentando os pequenos. Disso não nos restam dúvidas. Mas uma coisa é certa, do jeito que está, com a droga sendo vendida quase que livremente em qualquer esquina, não pode continuar.

Até quando a polícia aceitará essa afronta? Eis a questão.

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